Jung chamou de individuação esse
processo de o indivíduo tornar-se o Homo
Totus (JUNG, 2012, §853), uno consigo mesmo − no qual o eu individual se
relaciona com o arquétipo do Si-mesmo ou a Imago
Dei, a imagem de Deus em nós ou onde somos semelhantes a Deus:
O conceito de
individuação desempenha papel não pequeno em nossa psicologia. A individuação,
em geral, é o processo de formação e particularização do ser individual e, em
especial, é o desenvolvimento do indivíduo psicológico como ser distinto do
conjunto, da psicologia coletiva. É, portanto, um processo de diferenciação que objetiva o desenvolvimento da
personalidade individual. (JUNG, 2012, §853).
Para o psicoterapeuta junguiano Paulo
Ruby:
O desenvolvimento
psicológico, dentro da visão junguiana, segue uma necessidade progressiva de
diferenciação do ego que deriva de um centro chamado self (si mesmo),
considerado o arquétipo central do inconsciente coletivo que coordena o
desenvolvimento através de outros arquétipos. O self é o centro da
personalidade, mas também a própria totalidade psíquica que abrange consciente
e inconsciente − é o centro dessa totalidade, assim como o ego é centro da
consciência. O self tem uma função teleológica conhecida como processo de
individuação. Enquanto o ego tem uma atuação no mundo consciente, o self tem uma atuação mais ampla dentro da
experiência do ser humano através dos símbolos, que são imagens arquetípicas.
Não nos relacionamos diretamente com os arquétipos, mas sim com suas
representações imagéticas − produtos espontâneos que possuem um propósito e um
fato curador (RUBY, 1998, p. 22-23).
Referências
JUNG, Carl
Gustav. Tipos psicológicos. 6. ed.
Petrópolis/RJ: Vozes, 2012. 614 p. (OC 6).
RUBY, Paulo. As faces do humano: estudos de
tipologia junguiana e psicossomática. São Paulo: Oficina de Textos, 1998. 95p.