quarta-feira, 4 de maio de 2016

O tornar-se si mesmo


            Jung chamou de individuação esse processo de o indivíduo tornar-se o Homo Totus (JUNG, 2012, §853), uno consigo mesmo − no qual o eu individual se relaciona com o arquétipo do Si-mesmo ou a Imago Dei, a imagem de Deus em nós ou onde somos semelhantes a Deus:

O conceito de individuação desempenha papel não pequeno em nossa psicologia. A individuação, em geral, é o processo de formação e particularização do ser individual e, em especial, é o desenvolvimento do indivíduo psicológico como ser distinto do conjunto, da psicologia coletiva. É, portanto, um processo de diferenciação que objetiva o desenvolvimento da personalidade individual. (JUNG, 2012, §853).

            Para o psicoterapeuta junguiano Paulo Ruby:

O desenvolvimento psicológico, dentro da visão junguiana, segue uma necessidade progressiva de diferenciação do ego que deriva de um centro chamado self (si mesmo), considerado o arquétipo central do inconsciente coletivo que coordena o desenvolvimento através de outros arquétipos. O self é o centro da personalidade, mas também a própria totalidade psíquica que abrange consciente e inconsciente − é o centro dessa totalidade, assim como o ego é centro da consciência. O self tem uma função teleológica conhecida como processo de individuação. Enquanto o ego tem uma atuação no mundo consciente, o self  tem uma atuação mais ampla dentro da experiência do ser humano através dos símbolos, que são imagens arquetípicas. Não nos relacionamos diretamente com os arquétipos, mas sim com suas representações imagéticas − produtos espontâneos que possuem um propósito e um fato curador (RUBY, 1998, p. 22-23).

Referências
JUNG, Carl Gustav.  Tipos psicológicos. 6. ed. Petrópolis/RJ: Vozes, 2012. 614 p. (OC 6).

RUBY, Paulo. As faces do humano: estudos de tipologia junguiana e psicossomática. São Paulo: Oficina de Textos, 1998. 95p.

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